sábado, 1 de dezembro de 2018

D. FILIPA DE VILHENA


Hoje dia 1 de Dezembro, celebramos a Restauração da Independência de Portugal face a Espanha e uma das personagens heróicas femininas da História de Portugal, D. Filipa de Vilhena, Marquesa de Atouguia.


Filipa de Vilhena foi uma nobre portuguesa que se tornou um símbolo do patriotismo português durante a Restauração da Independência, imortalizada na peça homónima de Almeida Garrett.

Nascida da união entre D. Jerónimo Coutinho e D. Luísa de Faro, o seu pai foi conselheiro de Estado, Presidente do Desembargo do Paço e nomeado vice-rei da Índia em 1619, cargo que recusou. Foi casada com o 5º conde de Atouguia, D. Luís de Ataíde, que morreu, deixando-a com dois filhos: D. Jerónimo de Atouguia e D. Francisco Coutinho.

Tomando conhecimento dos preparativos para a revolução de 1 de Dezembro de 1640, instigou os seus filhos a aderir e a partilharem "os perigos de seus irmãos em fidalguia e em nacionalidade". Na madrugada de 1 de Dezembro, por ser viúva, cingiu ela própria as armas aos seus dois filhos, instando-os a combater pela pátria e "dizendo-lhes que não voltassem senão honrados pelos louros da vitória".

Como recompensa pelos seus serviços à pátria, Filipa recebeu da nova rainha D. Luísa de Gusmão o cargo de camareira-mor e de aia do príncipe D. Afonso, o futuro rei de Portugal, D. Afonso VI. Filipa de Vilhena morre em Lisboa no dia 1 de Abril de 1651 e é sepultada na Igreja de Santos-o-Velho.

D. Filipa de Vilhena armando os filhos cavaleiros de Vieira Portuense (1801)


Na cultura popular

Em 1801, o Visconde de Anadia encomenda a Vieira Portuense (1765-1805) uma grande pintura histórica para comemorar a paz com a Espanha e glorificar o Príncipe Regente, D. João VI. A boa recepção da pintura granjeia a Vieira reconhecimento internacional e a nomeação real de primeiro pintor da Real Câmara e Corte. Na opinião de Paulo Varela Gomes: "o que é especialmente interessante no quadro é o compromisso pictórico entre as correntes proto-românticas ainda ligadas ao Barroco e a retórico de gestos que deriva do Rococó e, finalmente os esquemas compositivos neoclássicos".

Esta obra pertenceu a uma colecção particular até 2007, altura em que se perdeu num incêndio em casa do proprietário. A cena foi igualmente tema de uma aguarela de Roque Gameiro e da peça de teatro de Almeida Garrett "D. Filipa de Vilhena", estreada no Teatro do Salitre no dia 30 de Maio de 1840.


LAC


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