Neste dia, no ano de 1926, dava-se um golpe militar, promovido por uma elite do Exército português, que punha fim à experiência da Primeira República e instituía uma ditadura militar.
A vida política do regime republicano, instaurado em 1910, tinha sido pautado ao longo dos seus 16 anos por um clima de instabilidade constante com divisões internas, amotinações militares, greves sindicais, crises económicas e incapacidade governativa.
A entrada de Portugal na Primeira Grande Guerra, durante a administração do Partido Democrático de Afonso Costa, revelar-se-ia fatal para as ambições do regime republicano, que ao expandir desproporcionalmente as forças armadas provocou a emergência de uma classe militar poderosa e influente, com a capacidade e a vontade para o derrubar.
No ano de 1921 forças militares sequestraram diversas figuras destacados do republicanismo, entre as quais o herói da rotunda Machado Santos, procedendo às suas execuções sumárias no Arsenal da Marinha. Este acto de violência polítca provocou ondas de choque entre a população e as forças armadas que acusa o decadente regime republicano de não ter controlo da situação. Recrudesciam e reuniam apoios os movimentos oposicionistas ao regime republicano.
As movimentações do 28 de Maio partem de três frentes: de Braga parte o Gen. Gomes da Costa, de Évora o Gen. Óscar Carmona e em Lisboa está o Comdt. Mendes Cabeçadas. A resistência é inexistente e o apoio popular quase unânime por parte de uma população saturada de um estado de desordem sem fim à vista.
Na sequência do golpe forma-se uma junta governativa presidida pelo Comandante Mendes Cabeçadas que assume um posicionamento moderado de continuidade constitucional, demarcando-se da linha mais dura. Pouco meses demorará para ser afastado compulsivamente e substituído pelo seu antigo aliado, o General Gomes da Costa.
Segue-se um processo de suspensão de liberdades cívicas, como a instituição da censura prévia. Após o afastamento de Gomes da Costa por Óscar Carmona, abre-se o caminho para a ascensão de António de Oliveira Salazar que vai paulatinamente afirmar-se como homem forte do regime.
Fontes Bibliográficas:
JOAQUIM, Vieira (1999). Crónica em Imagens: Portugal Século XX (1920-1930), Círculo de Leitores.
MATTOSO, José (dir.) Ramos, Rui (coord.) (2001). História de Portugal: A Segunda Fundação Vol.VI, Editora Estampa.
FAC
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