O Museu Arqueológico de Nápoles é famoso pela sua colecção de artefactos romanos recolhidos das adjacentes cidades de Pompeia, Estábia e Herculano, soterradas por cinzas vulcânicas aquando da erupção do Vesúvio em 79 d. C. Esta semana o Cabo Não publicou uma série de cinco frescos que pode visitar neste museu, todos eles parte do espólio arqueológico recolhido da cidade romana de Pompeia. Aproveite para os rever aqui:
Terentius Neo e a sua esposa (55-79 d. C.) |
Nele está retratado um casal de classe média, o padeiro Terentius Neo e a sua esposa. São representados portando objectos de literacia, quer a caneta e superfície de escrita na posse da mulher, quer o pergaminho na posse do homem, demonstrando a aspiração a serem conhecidos como pessoas educadas e literatas.
O detalhe hiper-realista da representação permitiu aos historiadores especularem acerca da etnia e classe social do casal, provavelmente membros da tribo samnita, que procuravam deste modo esconder as suas origens modestas e promover a sua entrada em pleno direito na alta sociedade romana.
Retrato de Safo (55-79 d. C.) |
Fresco recuperado em 1760 do sítio arqueológico de Pompeia, com representação de uma rapariga tradicionalmente identificada como a poetisa grega Safo.
O retrato está inserido num medalhão e tudo indica que esteve em tempos lado a lado com outro medalhão semelhante, com uma figura masculina. A rapariga na imagem encontra-se acompanhada de materiais de escrita e apresenta uma expressão de meditação, como se pensasse no que escrever.
O Sacrifício de Ifigénia (45-79 d. C.) |
Fresco descoberto em 1825 na Casa do Poeta Trágico em Pompeia.
Nele podemos observar uma ilustração do Mito de Ifigénia, mais precisamente o momento em que Ulisses e outro companheiro (Diomedes ou Aquiles) transportam a filha de Agamémnon para o altar de sacrifício.
Ifigénia é atraída para o porto de Aulis, onde estava fundeada a frota grega, com o pretexto de desposar o herói Aquiles, que está igualmente alheio ao conluio. Numa das versões, o sacrifício é cumprido por Agamémnon, que perde a filha e segue para Troia. Noutra, Ártemis intervém no derradeiro momento, substituindo a princesa por um cervo sagrado no altar sacrificial.
Fresco recuperado em 1878 da Casa de Jasão em Pompeia.
A pintura representa a cena mitológica do sequestro de Europa por Zeus, rei dos deuses do panteão grego. Europa era uma princesa fenícia detentora de grande beleza, filha do rei Agenor.
Para ganhar a confiança da jovem, Zeus assume a forma de um magnífico touro branco e convence-a a subir para o seu dorso. Subitamente, o touro parte com a princesa a galope através do mar Mediterrâneo e atinge a ilha de Creta, onde por fim revela a sua verdadeira identidade. Da união entre Zeus e Europa vão nascer três filhos: Minos, Sarpedão e Radamanto.
Os irmãos de Europa partem no seu encalço sem nunca a encontrar. No decurso das viagens em busca de Europa cada um deles fundará o seu próprio reino: Cadmo fundou Tebas, Fénix a Fenícia, Cílix a Cilícia e Tasos a cidade da ilha de Tasos.
A mitologia grega conta que após decapitar Medusa e petrificar Atlas, Perseu alcança a costa da Etiópia onde encontra Andrómeda amarrada a um rochedo a chorar desconsoladamente. A jovem explica que devido à vaidade da sua mãe Cassiopeia, que ofendera Poseídon ao clamar ser mais bela que as Nereidas, o deus do mar a condenara a ser devorada por um monstro marinho.
Fazendo uso dos poderes especiais concedidos pelas ofertas de vários deuses (a espada de Zeus, o escudo de Atena, as sandálias aladas de Hermes e o elmo de invisibilidade de Hades) o herói vai derrotar o monstro, obtendo como recompensa o casamento com Andrómeda.
LAC
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