sexta-feira, 5 de maio de 2017

Sobre o nome


"Quem passa o Cabo Não tornará ou não" Alvise Cadamosto em Navigazione.


O Cabo Não, localizado na costa atlântica marroquina, deve a sua designação a ter sido durante milénios o ponto mais extremo da navegação dos povos mediterrânicos. Um verdadeiro non plus ultra para além do qual estava o desconhecido. Segundo a concepção mítica da época seria o limite sul do mundo, onde a terra finava, povoado por monstros e onde a água fervia.

É possível que tenha sido transposto durante o século XIII pelos irmãos genoveses Vandino e Ugolino Vivaldi, que se propuseram a dobrar o Cabo Bojador. No entanto, os dois irmãos perderam-se no mar alimentando ainda mais o mito do Mar Tenebroso.

A fronteira do medo seria definitivamente quebrada a partir do segundo quartel do século XV com o início de missões de reconhecimento rotineiras da costa ocidental africana, promovidas pelo Infante D. Henrique. Em 1434, Gil Eanes dobraria o Cabo Bojador dando início à aventura dos Descobrimentos.

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